domingo, 19 de dezembro de 2010

Gêneros e Tipos Textuais


 
tipos textuais refere-se à estrutura composicional dos textos. Hoje, admite-se cinco tipos textuais, a saber: narração, argumentação, exposição, descrição e injunção.
A narração está presente quando o texto fornece informações sobre o tempo e espaço do fato narrado. Além disso, é comum aparecerem nomes de personagens e um "clímax" em determinado momento. Há, portanto, o desenvolvimento da história, um momento de tensão, e a volta à estabilidade. Um exemplo clássico de narrativa são os contos de fada.
Ex:
Uma lição de vida
Lembro-me de uma manhã em que descobri um casulo na casca de uma árvore, no momento em que a borboleta rompia o invólucro e se preparava para sair. Esperei algum tempo, mas estava demorando muito e eu tinha pressa.
Irritado e impaciente, curvei-me e comecei a esquentá-lo com o meu hálito. E o milagre começou a acontecer diante de mim num ritmo mais rápido que o natural. O invólucro se abriu e a borboleta saiu, arrastando-se. Nunca hei de esquecer o horror que senti: suas asas ainda não estavam abertas e todo o seu corpinho tremia, no esforço para desdobrá-las.
Curvado por cima dela, eu a ajudava com o meu hálito. Em vão. Era necessária urna paciente manutenção e o desenrolar das asas devia ser feito lentamente ao sol. Agora era tarde demais. Meu sopro obrigava a borboleta a se mostrar, antes do tempo, toda amarrotada. Ela se agitou desesperada e, alguns segundos depois, morreu na palma de minha mão.
Acho que aquele pequeno cadáver é o peso maior que tenho na consciência. Hoje, entendo bem isso: é um pecado mortal forçar as grandes leis.
Não devemos nos apressar, nem ficar impacientes, mas seguir confiantes o ritmo eterno.
A argumentação está presente quando um determinado ponto de vista é defendido em um texto. São os chamados textos dissertativos.
Ex:
O DESEMPREGO EM PORTUGAL
Como é do conhecimento público, geralmente divulgado por meios da comunicação social, o desemprego em Portugal está a atingir proporções incontroláveis e inaceitáveis.

Esta situação atinge desde os operários fabris, professores, recém-licenciados, trabalhadores de meia-idade, tanto o sector privado como o publico são afectados, e chegamos, mesmo ao cúmulo, caros leitores, de “despedir” mulheres grávidas no nosso país. E qual a resposta do nosso Governo aos apelos dos nossos trabalhadores? O silêncio, nada mais inconveniente e doloroso silêncio

A exposição, como o próprio nome indica, ocorre em textos que se limitam a apresentar uma determinada situação.
Ex:
O telefone celular
A história do celular é recente, mas remonta ao
passado –– e às telas de cinema. A mãe do telefone
móvel é a austríaca Hedwig Kiesler (mais conhecida
pelo nome artístico Hedy Lamaar), uma
atriz de Hollywood que estrelou o clássico Sansão
e Dalila (1949).
Hedy tinha tudo para virar celebridade, mas pela
inteligência. Ela foi casada com um austríaco nazista
fabricante de armas. O que sobrou de uma relação
desgastante foi o interesse pela
tecnologia.
Já nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra
Mundial, ela soube que alguns torpedos teleguiados
da Marinha haviam sido interceptados por
inimigos. Ela ficou intrigada com isso, e teve a idéia:
um sistema no qual duas pessoas podiam se comunicar
mudando o canal, para que a conversa
não fosse interrompida. Era a base dos celulares,
patenteada em 1940.
Nos textos descritivos existe a riqueza de detalhes e a constante presença de adjetivos. A descrição é muito recorrente em diversos gêneros textuais.
Ex:
Trecho de "A Relíquia" (Eça de Queiroz)
"Estávamos sobre a pedra do Calvário.    
Em torno, a capela que a abriga, resplandecia com um luxo sensual e pagão. No tecto azul-ferrete brilhavam sóis de prata, signos do Zodíaco, estrelas, asas de anjos, flores de púrpura; e, dentre este fausto sideral, pendiam de correntes de pérolas os   velhos símbolos da fecundidade, os ovos de avestruz, ovos sacros de Astarté e Baco de ouro. [...] Globos espelhados, pousando sobre peanhas de ébano, reflectiam as jóias dos retábulos, a refulgência das paredes  revestidas de jaspe, de nácar e de ágata. E no chão, no meio deste clarão, precioso de pedraria e luz, emergindo dentre as lajes de mármore branco, destacava um bocado de rocha bruta e brava, com uma fenda alargada e polida por longos séculos de beijos e afagos beatos."    


Os textos injuntivos, por sua vez, são aqueles que indicam procedimentos a serem realizados. Nesses textos, as frases, geralmente, são no modo imperativo. Bons exemplos desse tipo de texto são as receitas e os manuais de instrução.
Ex:
- Coooompre batom! Cooooompre batom! Seu filho merece batom! ( quem não lembra desse comercial?)
Texto Injuntivo, também chamado prescritivo, não é só uma ordem. Pode ser também uma sugestão, conselho, alerta, pedido, convite, instrução, súplica, dependendo do contexto e do tom, mas sempre objetivará que o receptor/leitor/ouvinte, realize ou não o que o emissor/falante está "prescrevendo",
indicando
É muito importante não confundir tipo textual com gênero textual. Os tipos, como foi dito, aparecem em número limitado. Já os gêneros textuais são praticamente infinitos, visto que são textos orais e escritos produzidos por falantes de uma língua em um determinado momento histórico. O gêneros texuais, portanto, são diretamente ligados às práticas sociais. Alguns exemplos de gêneros textuais são carta, bilhete, aula, conferência, e-mail, artigos, entrevistas, discurso etc.
Assim, um tipo textual pode aparecer em qualquer gênero textual, da mesma forma que um único gênero pode conter mais de um tipo textual. Uma carta, por exemplo, pode ter passagens narrativas, descritivas, injuntivas e assim por diante. Entendeu.




quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Preconceito Linguístico




   O preconceito linguístico é uma forma de preconceito a determinadas variedades linguísticas. Para a linguística, os chamados erros gramaticais não existem nas línguas naturais, salvo por patologias de ordem cognitiva. Segundo os linguistas, a noção de correto imposta pelo ensino tradicional da gramática normativa origina um preconceito contra as variedades não-padrão.
   Da mesma forma que a humanidade evolui e se modifica com o passar do tempo, a língua acompanha essa evolução e varia de acordo com os diversos contatos entre os seres pertencentes à comunidade universal. Assim, é considerada um objeto histórico, sujeita a transformações, que se modifica no tempo e se diversifica no espaço. Existem quatro modalidades que explicam as variantes linguísticas:
  1. variação histórica (palavras e expressões que caíram em desuso com o passar do tempo);
  2. variação geográfica (diferenças de vocabulário, pronúncia de sons e construções sintáticas em regiões falantes do mesmo idioma);
  3. variação social (a capacidade linguística do falante provém do meio em que vive, sua classe social, faixa etária, sexo e grau de escolaridade);
  4. variação estilística (cada indivíduo possui uma forma e estilo de falar próprio, adequando-o de acordo com a situação em que se encontra).
   Entretanto, mesmo que as variantes acima descritas expliquem as variações linguísticas, o falante que não domina a língua denominada "padrão" por sua comunidade linguística, sofre preconceitos e é "excluído" da "roda dos privilegiados", aqueles que tiveram acesso à educação de qualidade e, por isso, consideram-se "melhores" que os demais. Esse tipo de preconceito é denominado preconceito linguístico.
   De acordo com Marcos Bagno, "preconceito linguístico é a atitude que consiste em discriminar uma pessoa devido ao seu modo de falar". Como já dito, esse preconceito é exercido por aqueles que tiveram acesso à educação de qualidade, à “norma padrão de prestígio”, ocupam as classes sociais dominantes e, sob o pretexto de defender a língua portuguesa, acreditam que o falar daqueles sem instrução formal e com pouca escolarização é “feio”, e carimbam o diferente sob o rótulo do ”erro”. Infelizmente, “preconceito linguístico” é somente uma denominação “bonita” para um profundo preconceito “social”: não é a maneira de falar que sofre preconceito, mas a identidade social e individual do falante.
   Há muitos preconceitos no mundo todo: preconceito racial, preconceito contra os pobres, contra as mulheres..., enfim, uma infinidade de “absurdos” cometidos por parte dos “ignorantes”. Mas, dentro do chamado “preconceito linguístico”, posso citar alguns considerados “destaque”, devido à constante frequência de suas ocorrências.
    “A norma padrão constitui o português correto; tudo o que foge a ela representa erro”. Dentro do ambiente escolar, muitos professores costumam repetir essa frase. Porém, é necessário que eles compreendam que não existe português certo ou errado, mas modalidades de prestígio ou desprestígio que correspondem ao meio e ao falante. O apagamento de uma modalidade em favor de outra é despersonalizador, pois o indivíduo, ao ingressar na escola, possui um repertório cultural já formado pelo seu meio e, se lhe for dito que tudo o que conhecia (no caso, sua linguagem) é “errado”, perderá sua identidade verdadeira e poderá adquirir o preconceito. Por isso, é desejável que o aluno não abandone sua modalidade em seu meio. Mas, a prática da norma culta deve ser ensinada para a promoção social do mesmo.
    “O bom português é aquele praticado em determinada região”, “O caboclo fala errado”, “Nenhum brasileiro fala o português corretamente”. Indivíduos não conhecedores das variantes linguísticas “adoram” fazer afirmações como essas. Mas é preciso que coloquem em suas mentes que a língua varia de acordo com a região em que é falada (devido à sua cultura, costumes e classe social) e que essa variação afeta a norma criando, então, uma modalidade de linguagem para cada situação específica de ocorrência verbal. Não existe então “certo e errado” no ato linguístico, mas sim variantes decorrentes de alguns fatores como região, classe social e etc.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Qual a diferença entre Gênero Textual e Tipologia Textual?

     
      Os Gêneros Textuais são tipos específicos de textos, podendo ser literários ou não. São textos que usamos em nosso dia-a-dia, isso faz com eles exerçam uma função social, pois são uma das várias formas de organização de nossa linguagem. Levando em conta que tanto oralmente como na escrita, são textos que auxiliam na comunicação. São reconhecidos através de suas estruturas, por possuírem conteúdos, características e estilo próprios. Alguns exemplos de Gêneros Textuais são: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, reunião de condomínio, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio de restaurante, instru­ções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo por compu­tador, aulas virtuais e assim por diante.     Já os Tipos Textuais não são tão inúmeros como os gêneros, são reconhecidos pela forma como se apresentam os textos. Tipologia Textual é como se designam a natureza lingüística dos textos. Como se dá sua estrutura, seus aspectos sintáticos, seus tempos verbais, etc. As cinco poucas tipologias são: narração, descrição, dissertação, explicação e injutivo.

Variações Linguísticas

Existem três tipos de variações lingüísticas: diatópicas, diafásicas e diastráticas, alguns autores incluem a variação diacrônica.

A variação diatópica é a variação regional. É uma mesma língua sendo falada de forma diferente dependendo da localidade.

A variação diafásica é a variação que ocorre em situações de fala. A mesma pessoa muda a sua maneira de falar dependendo do ambiente (formal ou informal).

A variação diastrática ocorre nos grupos sociais, nas comunidades. Por exemplo: os advogados, os surfistas, os religiosos, os bandidos, etc.

A variação diacrônica ocorre através do tempo. São as pessoas do mesmo grupo social ou da mesma região mudando a maneira de falar com o decorrer dos anos.

Entender as variações lingüísticas é importante porque mostra às pessoas que elas não devem ser preconceituosas quando ouvirem alguém falar diferente.

Carpe diem!!!

"Carpe Diem" quer dizer "colha o dia". Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente.
(Rubem Alves)

Sejam Todos Bem Vindos....

A modernidade é uma coisa entusiasmante. A facilidade que se tem, hoje em dia, para registrar e expressar pensamentos e facilitar a comunicação empolga até os menos ligados aos avanços da tecnologia, que, capitulados, passam a usar um celular, portar um notebook, GPS e Palm Top, tudo pela simples necessidade de viver melhor e mais seguro. Sempre procurei desvendar os caminhos da vida moderna me atualizando. Diante de tantas invenções, vivo indagando, a um e a outro, como é que vivíamos, no passado não muito distante, sem esses aparatos. É surpreendente.

O recurso do Blog, que vem revolucionando a comunicação das pessoas e, em particular, os formadores de opinião é uma dessas modernidades que, há algum tempo, me persegue. Não que eu me considere um formador de opinião, mas tento dar alguns pitacos, sobre coisas do dia-a-dia, que terminam por atingir, pelo menos, minha rede de relacionamentos. Esta, uma expressão bem comum, desses tempos modernos.

Pois é, a partir de agora abrimos este espaço de comunicação e, sempre que possível, vamos alimentá-lo com comentários e opiniões a respeito do que vemos, observamos e fazemos, na esperança de que alguém se interesse por ler e travar discussões proveitosas e, sobretudo, construtivas.

Prezados colegas, prezado amigos, SEJA BEM VINDOS ao Blog Mundo das Letras. Vejam, ao lado, o nosso perfil, procure sinais de estabelecer um relacionamento, divulgue e dê retorno. FELIZ 2011..